O número de beneficiários de planos de saúde alcançou a marca de 48.995.883 em dezembro do ano passado, mostrando aumento de 0,58% em relação a novembro, segundo o Boletim Covid-19 de janeiro deste ano, divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
De acordo com o órgão, a expansão registrada confirma o interesse dos brasileiros no acesso à saúde suplementar. O boletim traz informações atualizadas até dezembro de 2021 sobre o comportamento do setor de planos de saúde durante a pandemia de covid-19.
A taxa de ocupação geral de leitos, incluindo covid-19, ficou em 72% em dezembro, superior aos 69% observados no mesmo mês de 2020 e aos 67% de dezembro de 2019, na fase pré-pandemia. Já a taxa de ocupação de leitos destinados para atendimento aos casos de covid-19, que apontava queda contínua entre junho e outubro de 2021, passando de 69% para 40% no período, mostrou pequeno aumento nos últimos dois meses do ano: 42% em novembro e 43% em dezembro.
O boletim relata que a proporção de leitos para atendimento à covid-19 nos hospitais de 48 operadoras com rede hospitalar própria seguiu a tendência de queda observada desde abril de 2021, atingindo 8% no final do ano. Já a ocupação de leitos para atendimento a demais procedimentos manteve tendência de estabilidade desde março de 2021, tendo ficado em 74% no mês de dezembro.
Exames
O número de exames para detecção da covid-19 (pesquisa por RT-PCR), que atingiu o pico de 967.655 exames em março do ano passado, caiu para 254.855 em outubro do mesmo ano. A ANS chamou a atenção que tanto o número de exames de RT-PCR como os exames de pesquisa de anticorpos seguiram em queda no mês de outubro passado.
Na comparação com o mesmo período de 2020, houve redução de 34% nos exames de RT-PCR e de 87% para as pesquisas de anticorpos realizadas no setor. As autorizações emitidas para exames e terapias evoluíram 7,3% em dezembro em relação ao mesmo mês do ano anterior. A maior alta foi observada em abril de 2021 (161%).
Segundo informou a ANS, “a busca por exames e terapias ficou 16,8% acima do patamar verificado em dezembro de 2019. Tal acréscimo pode estar refletindo o aumento da procura por exames de diagnóstico relacionados à alta de casos de síndrome gripal em algumas regiões do país, além de refletir o retorno da busca por atendimentos eletivos não realizados ao longo da pandemia de covid-19”.
De modo geral, a ANS ressaltou que as variações nos indicadores apresentados “parecem também refletir o aumento dos casos de influenza e de covid-19 (impulsionados pelas variantes H3N2 e Ômicron, respectivamente), no Brasil, no fim de 2021”.
Adesões
Considerando todos os tipos de contratações, a taxa de adesão (entradas) foi superior à taxa de cancelamento (saídas) nos planos médicos hospitalares, em 2021. O tipo de contratação responsável por esse desempenho foi o coletivo empresarial, que apresentou crescimento de 5,02% ante igual mês de 2020.
A ANS destacou que o coletivo empresarial se manteve, desde julho de 2020, com mais entradas do que saídas de beneficiários. Já a contratação individual ou familiar sofreu queda de 1,48%.
Levando em conta o tipo de contratação do plano e a faixa etária do beneficiário, observa-se variação positiva para os beneficiários acima de 59 anos em todos os tipos de contratação ao longo dos meses de março de 2020 até dezembro de 2021. No coletivo empresarial, foram registradas em dezembro do ano passado, em relação a igual mês de 2020, variações positivas de 5,08% para pessoas abaixo de 59 anos e de 4,46% para pessoas acima dessa faixa etária. Já nos planos individuais ou familiares, os beneficiários maiores de 59 anos tiveram evolução de 2,15%, enquanto os abaixo dessa idade mostraram recuo de 2,87%.
Sinistralidade
O boletim destaca que a taxa de sinistralidade anual em 2021 foi de 78%, inferior à de 2019 (81%). Ao comparar 2019 com 2021, há mais operadoras com sinistralidade abaixo de 80% (47% x 54%), e menos operadoras com sinistralidade maior que 100% (8% x 7%). O saldo é positivo para as 104 operadoras da amostra no acumulado de dois anos de pandemia, indicou a ANS que, entretanto, continuará monitorando a evolução desses dados no setor.
Em dezembro de 2021, observou-se estabilidade no percentual de inadimplência de planos com preço preestabelecido (7%) em comparação ao mês anterior, assim como nos percentuais de inadimplência para planos coletivos (5%). Já para os planos individuais/familiares, percebe-se aumento de dois pontos percentuais em dezembro (11%) na comparação com novembro (9%). Todos esses valores, porém, mantiveram-se próximos aos seus patamares históricos, informou a ANS.
Demandas
O Boletim Covid-19 de janeiro da ANS revela ainda que, em dezembro de 2021, houve redução de 14,6%, em comparação ao mês anterior, no total de reclamações passíveis de intermediação pelo instrumento da Notificação de Intermediação Preliminar (NIP). Já em comparação a dezembro de 2020, ocorreu aumento de 39,1% nas reclamações dos beneficiários.
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No referente às demandas relacionadas à covid-19, foi percebida nova redução. Em dezembro de 2021, a ANS registrou 307 reclamações sobre o tema, menor número de queixas desde março de 2020. Do total de queixas relacionadas ao coronavírus, 48% eram alusivas a dificuldades quanto à realização de exames e tratamento para a doença.
A intermediação de conflitos feita pela ANS, entre consumidores e operadoras, tem resolvido mais de 90% dessas reclamações, informou a agência.
Fonte: Agência Brasil